Mapa racial da cidade do Rio de Janeiro

Após elaborar o mapa da zona sul da cidade do Rio de Janeiro, agora temos o da cidade do Rio de Janeiro inteira! É o primeiro mapa que elaboro de um município inteiro, até então tinha feito apenas de distritos.A maneira de elaborar é a mesma, o que muda é que a quantidade de dados é muito maior e o tempo demandado para gerar o mapa também, foram 6.262.117 pontos gerados para representar a população da cidade inteira!

Vemos nos mapas que as regiões mais próximas a praia, como a Zona Sul, com o famoso bairro de Copacabana e a Barra da Tijuca possuem uma população altamente branca enquanto as regiões mais afastadas da praia e em direção ao interior do continente possuem uma composição racial um pouco mais distribuída. Vale destacar que os pontos no mapa onde há grande concentração de pretos e pardos são em sua maioria morros e favelas demonstrando como os negros e pardos são altamente segregados na cidade do Rio de Janeiro.

A seguir, os mapas:

As imagens estão em alta resolução para que o mapa possa ser observado em detalhes, clique na imagem e com o CTRL pressionado utilize a rodinha do mouse para controlar o zoom.

Mapa racial da Cidade do Rio de Janeiro

Mapa racial da Cidade do Rio de Janeiro


Mapa racial da Cidade do Rio de Janeiro - Satélite

Mapa racial da Cidade do Rio de Janeiro – Satélite


Mapa racial de pontos da Cidade do Rio de Janeiro - Exibindo apenas os brancos

Mapa racial de pontos da Cidade do Rio de Janeiro – Exibindo apenas os brancos


Mapa racial de pontos da Cidade do Rio de Janeiro - Exibindo apenas os pardos

Mapa racial de pontos da Cidade do Rio de Janeiro – Exibindo apenas os pardos


Mapa racial de pontos da Cidade do Rio de Janeiro - Exibindo apenas os negros

Mapa racial de pontos da Cidade do Rio de Janeiro – Exibindo apenas os negros

Até  o próximo post!

25 comentários sobre “Mapa racial da cidade do Rio de Janeiro

  1. O resultado do racial dot map para RJ ficou muito bom. Realmente o mapa de pontos deixa ainda mais evidente a segregação racial. Eu já me aventurei com esses dados anteriormente e uma das criticas recorrentes no uso de dados agregados por bairros ou áreas de ponderação do censo é de que a população estaria misturada, e portanto, não haveria uma clara segregação racial. Se quiser dar uma olhada na discussão com os dados censitários de 2000 para a RMRJ https://www.academia.edu/7249223/As_cores_das_fronteiras_urbanas._Segrega%C3%A7%C3%A3o_residencial_e_desigualdades_raciais_na_Regi%C3%A3o_Metropolitana_do_Rio_de_Janeiro
    Parabéns pela empreitada.

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    • Muito obrigado pelo reconhecimento e pelo comentário Felipe! Agradeço pela seu texto, dei uma olhada e vou ler com calma, vai contribuir bastante para o meu acúmulo sobre o debate.
      Então, não conhecia essa crítica, acho que tem a sua validade porque de fato as populações são misturadas, mas quando você tem a zona sul com uma população de 80% de brancos e uma bairro onde isso chega a 90%, essa crítica não se sustenta, fica claro que há uma segregação racial, econômica e social que impede que os pretos e pardos tenham residência na zona sul a não ser que seja nos morros.
      Abraço!

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  2. Muito interessante! Mas me tira uma dúvida metodológica: como você conseguiu os 6 milhões de pontos sendo que os dados de maior detalhe do Censo são divulgados ao nível do setor censitário, que é um polígono?
    Abraço!

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    • Oi Eduardo! Obrigado pelo comentário! Então, o IBGE divulga os resultados do Censo tabelados, daí eu uso o shapefile dos setores censitários e “preencho” ele com os pontos representando as pessoas.
      Abraço!

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  3. Interessante, mas… cadê os mais de 6.000 indígenas declarados que moram nessa cidade? O Rio de Janeiro só tem negros pardos e brancos? Mais um trabalho que invisibiliza essa população que vive na periferia e precisaria de políticas específicas em prol de uma vida digna e sem discriminação. Só na Maré são cerca de 800 índios. Valeria incluí-los no seu trabalho.

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    • Obrigado pelo comentário Thais! De fato não inclui os indígenas nesse mapa porque nessa escala eles não apareceriam mas está nos meus planos fazer um mostrando apenas os indígenas com pontos maiores.

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  4. Olá Hugo, bom dia.

    Sou Professor do Departamento de História da UFPB e acabei de conhecer o seu trabalho, pelo que o parabenizo desde já.
    Considero essa uma resposta que separa o bom conhecimento científico (não dogmático) do seu uso autoritário e puramente instrumental. Também considero que mostra que a Universidade serve para algo mais que possibilitar galardões acadêmicos. Em uma Aula Inaugural em 1992, um antigo Professor de seu Curso, Milton Santos, denominava esse tipo insólito de “pesquiseiro”. Você demonstra cabalmente o que separa um pesquisador de um “pesquiseiro”.
    Na UFPB, além da Graduação em História, temos um Curso de História do PEC-MSC (Programa de Educação no Campo-Movimentos Sociais no Campo), voltado para a formação de Licenciados que atuarão em assentamentos rurais. Nesse semestre dividirei a disciplina de Metodologia da História I, com a minha colega Profª Regina Célia Gonçalves, e pretendemos utilizar a Cartografia como fonte para o estudo da História. Desde já, sugeri a ela que apresentemos seu material como exemplo das amplas possibilidades da Cartografia.
    Mantenho dois Blogs (um mais sisudo e outro mais escrachado), mas em 2015 perdi a graça de escrever em ambos, porque não estou disposto ao bate-boca de baixo nível que pulula em várias plagas informacionais. Uma iniciativa como essa sua me anima a pensar que há bem mais que histeria coletiva à solta.
    Meus sinceros e esperançosos parabéns.

    Ângelo Emílio da Silva Pessoa

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    • Olá Angelo!
      Muito obrigado pelos comentários e pelo reconhecimento, fiquei muito feliz com eles, significam muito!
      Antes de começar esse blog eu pensava em pesquisar sobre geografia econômica e capital financeiro, não que não tenham sua importância mas muito
      dificilmente iria além dos muros da USP e das conversas com meus pares. Já com o blog e os mapas consigo usar o meu conhecimento de maneira
      mais efetiva e demonstrar que é possível usar a Cartografia e os SIGs além do uso mais comum na Geografia que é nas questões ambientais, e também denunciar e gerar o debate sobre a desigualdade existente no nosso país.
      Não desista de escrever nos blogs, tem muitas ofensas e trolls por ai mas tem muita gente boa e com iniciativas legais, só temos que encontrá-las.
      Muito interessante o curso PEC-MSC, existem uns trabalhos muito bons com Cartografia Social nos assentamentos http://novacartografiasocial.com/assentados-e-acampados-realizam-oficina-de-mapeamento-social-no-municipio-de-rondon-do-para/

      Novamente, obrigado pelos comentários.

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      • Olá Hugo,

        Creio que, na verdade, o número de besteiras que ando ouvindo (prefiro nem ver) está me induzindo a escrever com bile. E a tinta biliosa não é a de melhor definição para o bom leitor. Mas isso é assunto pra outras conversas.
        Agradeço pelo envio do link da Nova Cartografia Social, é uma beleza. Vou divulgá-lo aos quatro ventos, junto com o seu Blog.
        Ainda não fiz a tentativa de projetar seus mapas num Data-show, mas gostaria de saber como poderia fazer para acessá-los com uma melhor definição e condições de projeção.

        Abraço.

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      • Ângelo, você pode baixar as imagens diretos do post aqui no blog, depois de clicar para exibir em tamanho real ou aqui no Flickr https://flic.kr/s/aHsknWRKuZ . Elas estão em alta resolução, tamanho A1 e A0, acredito que dá para exibir no data show sem problemas.Caso fique ruim, me avisa que gero uma imagem maior.
        Abraço

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  5. Parabéns Hugo por esse excelente trabalho. Como estudante de Geografia e usuários de SIG’s (em especial o QGIS), fiquei bastante feliz por sua atitude em fazer uma outra Cartografia, diferente da tradicional (inclusive a praticada por mim na elaboração de mapas temáticos, ambientais etc), mas que com certeza seu trabalho é uma inspiração para que posteriormente eu e outras pessoas tentem fazer esse mesmo tipo de “mapa denúncia”. Novamente lhe parabenizo e desejo sucesso nas próximas pesquisas. Abraço.

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    • Oi Marcelo! Muito obrigado pelo reconhecimento!
      A ideia foi justamente essa, mostra que os SIG’s podem ser usados para além do tradicional, que como você sabe bem é muito usado na parte ambiental e nos mapas temáticos, e no ensino da Geografia também, só aprendemos esses usos.
      Espero que com esses mapas comece a ter um debate para um novo ensino e uso dos SIG’s na Geografia, usar o que aprendemos para criar mapas denúncias.
      Abraço!

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  6. Parabéns pelo excelente trabalho, Hugo. Pena que os colegas da USP não vislumbrem o potencial das geotecnologias… Seja como for, sugiro que entres em contato com o pessoal da Unesp (Rio Claro) para tentar desenvolver tuas ideias. Quem sabe um futuro mestrado ou doutorado?
    Vá em frente, pois estamos precisando de pessoas como tu.
    Abraço, Prof. Paulo Fitz.

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  7. Hugo, esse mapa é muito interessante, parabéns pela sacada!

    Eu faço uma pesquisa de Doutorado em Urbanismo sobre visibilidade digital de favelas no Rio e acho que seria interessante cruzar dados dos meus mapas com os seus. Quer trocar uma ideia?

    Flávia

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  8. Oi Hugo!

    Primeiramente quero te parabenizar pelo trabalho.

    Somos colegas (sou formado em Geografia) e também trabalho com geoprocessamento.

    Como posso conversar com você para perguntar a respeito de algumas questões metodológicas?

    Obrigado

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